29 de Maio, 2018
CEI delibera contratação de auditoria externa para avaliar contas da ABBC

Os membros da CEI (Comissão Especial de Investigação) que avalia os contratos de execução dos serviços de Atenção Básica e Urgência e Emergência realizados pela OS (Organização Social) ABBC (Associação Brasileira de Beneficência Comunitária) deliberaram, na sessão desta segunda-feira (28/5), a contratação de um serviço de auditoria externa para avaliar as contas dos contratos executados pela OS. A decisão foi tomada após os vereadores terem ouvido os ex-secretários de saúde Estela Gianesella e Eurico Aguiar e Silva (Frei Bento).
A proposta foi feita pelo vereador Claudio Moreno, presidente da CEI, que explicou a necessidade desse serviço. “É muito importante fazermos essa auditoria, tirar de vez essa dúvida, avaliar os números da ABBC, notas fiscais, as prestações de contas. Com isso seguimos o que a própria sindicância interna da Prefeitura propôs, ou seja, contratar uma empresa especializada para fazer essa análise”, pontuou. A proposta foi acatada por unanimidade. A assessoria da Câmara irá providenciar os trâmites legais para a contratação do serviço.
Em sua 10ª Sessão Semanal, os vereadores convidaram para prestar depoimentos os ex-secretários municipais de saúde Estela Gianesella e Eurico Aguiar e Silva (Frei Bento). Estela esteve a frente da pasta entre fevereiro de 2013 e outubro de 2014. Já Eurico permaneceu por poucos meses como secretário, entre outubro de 2014 e maio de 2015. Diferente do que foi apresentado pela diretora operacional da ABBC, Iolanda Vieira de Souza, eles negaram que a secretaria tivesse solicitado a compra de medicamentos de alto custo ou mesmo o serviço “leva e traz”, itens que não constavam no contrato e seriam a causa da diferença de R$ 8 milhões cobrados pela OS à Administração.
Estela esclareceu que soube da dívida pelos jornais e que não fez a solicitação de nenhum serviço que não fosse previsto pelo contrato. Questionada se não fiscalizou a implantação do “leva e traz” e seus gastos ela esclareceu “fiscalizávamos o que estava no contrato e o que tínhamos de metas. Não fiscalizava o leva e traz por não ser um serviço previsto pelo contrato e não ser solicitado por nós da secretaria. Não temos autonomia para fazer solicitação fora do contrato”, disse.
Com as mesmas respostas, Eurico comentou a situação. “Soube dos R$ 8 milhões pela imprensa. O que foi feito pela ABBC para que gerasse esse valor não tenho conhecimento. Ao menos não chegaram até mim notas ou pedido de autorização para execução de serviços. Tudo o que está fora do escopo do contrato é necessário que haja autorização do órgão competente”, disse.
O ex-secretário também afirmou não ter alertado o Executivo da realização do serviço por entender que essa era uma iniciativa da OS, não onerando o contrato ou o município. “Quando assumi a pasta entendia que era algo gratuito, que pela ABBC ser uma instituição filantrópica fazia isso como cortesia, não imaginei que fosse ser cobrado também”, disse.
Para a 11ª Sessão Semanal da CEI (4/6), os vereadores informaram a convocação do presidente da ABBC, Jerônimo Martins de Souza e do secretário municipal de Assuntos Jurídicos, Tiago José Lopes.
Composta pelos vereadores Claudio Moreno (presidente), Sidiney Guedes (relator), Antonio Bugalu, João Carlos Carvalho e Rita Leme, a Comissão tem o prazo para conclusão dos trabalhos de investigaçãoem 18/6, podendo ser prorrogado mediante aprovação em Plenário. Os interessados podem acompanhar os trabalhos presencialmente ou pela internet, por meio do site da Câmara (www.camarabp.sp.gov.br).